COMUNIDADES TRIBAIS EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE UMA ENTREVISTA COM DAYAMANI BARLA

“Se a natureza sobrevive, adivasis sobreviverão e se adivasis sobreviverem, a natureza sobreviverá.”─ Dayamani Barla

 

O termo “sociedades tribais” é muito importante nos escritos de sociólogos e antropólogos. Não existe uma definição universalmente aceita para a palavra tribo. Em geral, uma tribo é um grupo social que tem muitos clãs, grupos nômades e outros subgrupos que vivem em uma área geográfica específica, com uma cultura separada e singular. De acordo com The Imperial Gazetteer da Índia, uma tribo é “uma coleção de famílias que têm um nome comum, falando um dialeto comum, ocupando ou professando um território comum e, geralmente, é endogâmica”. O dicionário em inglês da Oxford define a palavra tribo como um grupo de pessoas em um estado de desenvolvimento primitivo ou bárbaro que reconhece a autoridade de um chefe e geralmente tendo um ancestral comum. Uma tribo é também considerada como um grupo de afiliações territoriais, endogâmicas que possui linguagem comum ou dialeto, ou uma divisão política independente. As tribos também compartilham as mesmas visões de mundo. No entanto, as tribos na Índia são diferentes de grupos semelhantes em todo o mundo. Elas não são um grupo homogêneo e dentro deles estão em vários estágios de integração com a sociedade maior. Segundo Andre Beteille, na Índia, os encontros entre a tribo e a civilização ocorreram sob as condições de um destino radicalmente diferente. A coexistência de tribo e civilização e sua interação mútua remontam aos primórdios da história registrada. As tribos existem à margem da civilização hindu desde tempos imemoriais e essas margens têm sido incertas e flutuantes. A civilização hindu reconheceu a distinção entre tribo e casta na distinção entre dois tipos de comunidades denominadas, Jana e Jati. Uma confinada ao isolamento de colinas e florestas, e a outra estabelecida em aldeias e cidades com uma divisão de trabalho mais elaborada. A transformação de tribos em castas foi documentada por um grande número de antropólogos e historiadores. A tribo como um modo de organização sempre diferiu do modo de organização baseado em castas. Mas considerada, como unidades individuais são particularmente importantes para as margens onde os dois modos de organização se encontram. O estudo afirma que existem mais de 700 tribos notificadas sob o Artigo 342 da Constituição da Índia. De acordo com o Relatório Anual 2015-16 do Ministério de Assuntos Tribais, a população das Tribos é de “10,45 por cento da população total” (Guia de Sociologia) [1]. 

Pouquíssimos ativistas tribais conseguiram fazer a diferença no imaginário coletivo do povo da Índia como um todo como Dayamani Barla. Ela tem lutado especialmente pelos direitos sociais e ambientais da tribo Jharkhand, em particular, e da Índia, em geral. Considerada como a “Senhora de Jharkhand”, Barla tem sido fundamental não só por “culturalizar” a cultura das tribos, mas também por trazê-la de volta à vanguarda do meio ambiente, sociedade, cultura e patrimônio.Vindo de uma pobre família tribal indígena de Jharkhand, Barla tornou-se o rosto de fato no protesto contra o deslocamento, desapropriação e lutas ambientais na Índia em plataformas nacionais e internacionais. Embora esse fato tenha demorado por muito tempo, ela opôs-se à instalação da usina siderúrgica ArcelorMittal em Jharkhand, em 2005, que teria levado a enormes deslocamentos humanos, além de esgotar uma grande extensão florestal em Jharkhand. Barla escreve para o jornal hindu Pravat Khabar para chamar a atenção da opinião pública para a miríade de problemas enfrentados pelas tribos de Jharkhand. Ela ganhou inúmeros elogios em nível nacional e internacional por seu ativismo, entre os quais destacam-se o Prêmio Mídia Alternativa de Jornalismo Rural, em 2000, e o Prêmio Ellen L. Lutz de Direitos Indígenas, em 2013.

 

Entrevistada: Dayamani Barla

Entrevistadores: Animesh Roy e Zélia Bora

1. Pergunta: Antes de mais nada, muito obrigada por nos conceder essa entrevista em meio à sua agenda cheia. Dayamaniji, você tem lutado pelo direito à floresta e ao sustento de milhões de tribos (adivasis) [2] por muito tempo. Você ganhou o prêmio Ellen L Lutz [3]. É um prêmio de muito prestígio, concedido por sua luta para a causa das tribos em meio a inúmeras dificuldades. Como você vê tudo isso?

Resposta:Vejo minha sociedade, principalmente, como nossa jal, selva, zameen, nossa terra, água, riachos. Ela é parte de nossa história tribal, no meio da qual vivi toda a minha infância,onde eu brinquei e me banhei nas vertentes do rio Karo [4]. Acredito que a língua e a cultura dos adivasis, a sua identidade social, cultural, econômica e política permanecem vivas por meio de sua associação com a natureza, a terra, a água, as montanhas e as fontes. Na concepção social adivasi, a natureza não é uma propriedade; terras agrícolas e não agrícolas não são uma propriedade pessoal ou privada. A natureza é considerada uma herança coletiva. Essa herança coletiva está conectada às leis da natureza, mudando as estações, os climas, os anos, as semanas, os dias etc., e está interligada à sua existência. A história dos adivasis está ligada à natureza. Agora é primavera, depois disso seria verão, depois monção, pré-inverno, inverno e finalmente outono. Os adivasis se conectam com a natureza, a vinda de novas folhas em árvores e plantas após a queda, com seu desejo de uma nova vida, uma nova luta e depois vitória. Celebramos Sarhul, o festival da primavera para celebrar a vinda de novas folhas na natureza e uma nova vida na natureza. Para a advasis, a selva está ligada àexistência de suaeconomia por meio das  árvores e plantas, flores e frutos durante o verão. Depois do verão, começa o plantio do arroz, tempo do Ropniwe [5]. O festival possui dois momentos, Bandgar e Kadleta [6] quando finalmente as colheitas são concluídas, e assim, celebramos o Karma em agradecimento através de orações para chuva e a colheita que a natureza nos deu. Todos nós somos irmãos e irmãs, dançamos e cantamos celebrando o festival. Quando colhemos, não comemos um único grão até celebrar o Nawakhani [7]. Depois da estação chuvosa, quando a terra descansa, ela então dá comida e água à sociedade adivasi.  É assim que estamos ligados ao ciclo da natureza. Como você disse, o prêmio Ellen L Lutz que recebi, não é para Dayamani, mas para as lutas incansáveis de Dayamani, a luta pela natureza e todas as pessoas e  agricultores associados  a ela, que sejam os adivasis ou os não adivasis. Quando falamos de natureza, também lutamos pelo “solo dos pássaros” no céu, por isso também estamos lutando pela vida/justiça dessas criaturas. Minha luta não é apenas pela minha comunidade, mas por toda a natureza, pelo direito de todos viverem.

 

   

2.Pergunta: Você fala de “jal, jungle e zameen” (um slogan que significa o direito à água, floresta e terra). Você pode nos explicar a relação entre florestas e natureza e tribais / povos indígenas? 

Resposta: Para as comunidades tribais, a natureza é a alma deles. Se você for contra a natureza, ela se revoltará. A relação entre o adivasi e aprakriti [8] é a mesma do corpo e da alma. Se a natureza sobreviver, adivasi sobreviverá e se adivasi sobreviver, a natureza sobreviverá. A história deste planeta e a história das Américas dizem que os povos indígenasforam atacados e  suas terras tomadas. Suas existências ameaçadas e agora suas populações estão restritas a reservas e museus. As florestas foram destruídas, perderam as suas vidas, e deram o seu último suspiro. Você dificilmente encontrará a diversidade de formas de vida lá. Mas se você for às selvas de Jharkhand, descobrirá que os adivasis e o resto dos animais vivem juntos – os gatos, os esquilos, os coelhos, os ratos, os tigres, os leopardos, os elefantes. Mas se você optar pela industrialização selvagem à custa de vida e criar uma selva de indústria e de concreto, você poderá encontrar ali um coelho, mas não encontrará a cultura, a identidade e a história dos adivasis de lá. Eu visitei as selvas na América a convite de meus irmãos tribais de lá. Há florestas, mas se perdeu a relação viva entre o ser humano e a natureza, o sabor da cultura adivasi. Hoje a política é de propriedade das empresas. Esses homens e mulheres não estão em posição de entender a relação entre sociedade e natureza. Jharkhand, em nome do governo central da Índia, é um dos países mais importantes do mundo, tentando obter o melhor deles. Portanto, o governo não deseja entender essa relação entre natureza, tribos e sua cultura. A recente emenda à Lei dos Direitos da Floresta é ainda mais perigosa do que a lei britânica no período colonial. As tribos sempre coexistiram com a selva, os tigres, ursos, escorpiões, formigas etc. Em qualquer lugar que eles possam ir sempre que eles vão às florestas levam seu rebanho para pastar e carregam consigo kulhari [9], hasua [10], e douli [11]. Entretanto, de acordo com a nova legislação, as pessoas da comunidade estão proibidas de carregarem essas ferramentas. As autoridades têm ordem para atirar em pessoas que carregam até mesmo pequenas tangiya ou arco e flechas. Nem mesmo os britânicos sancionaram leis tão draconianas capazes de violarem os direitos humanos. A sociedade adivasi acredita no desenvolvimento coletivo e divisão do lucro em favor da comunidade. Ela não está direcionada ao Capitalismo consumista da economia de mercado e acredita em dar mais do que receber. Eles tiram das florestas só o necessário para comida, moradia e não mais do que precisam. Se cortam uma árvore, plantam dez. Quando tiram fruto das árvores, eles não tiram todos. Eles deixam para os pássaros e animais sobreviverem. É dessa maneira que a sociedade adivasi é um exemplo para o mundo. Uma sociedade, portanto, não direcionada ao consumo ou economias capitalistas. Essas sociedades têm ensinado que não podemos sobreviver frente ao consumo da economia capitalista. Se desejamos preservar nosso meio ambiente, então temos de nos distanciar da economia capitalista. Consequentemente, a natureza sobreviverá somente se os adivasis estiverem lá. Eles estão onde a natureza está. Eles não podem viver separados das florestas. Da mesma forma que o peixe não pode viver fora d’agua. Se você tentar separar os adivasis da natureza essa ação é anti natureza, e você estará destruindo a criação. Se vocês destruírem a criação, você não sobreviverá.

 

 

3. Pergunta:Você está trabalhando pela justiça social das tribos da Índia, especialmente Jharkahnd. Você acha que existe alguma relação clara entre justiça social e justiça ambiental? Qual a importância do conceito de desenvolvimento sustentável para os povos Adivasi na Índia e fora dele para salvar o planeta?

Resposta: Obviamente, existe uma relação entre justiça ambiental e justiça social. O que é meio ambiente? Você não pode vê-lo de maneira diferente; onde é o ambiente em que os animais vivem, as formigas, os pássaros e todos os animais, o ambiente é onde você pode apreciar o luar. Se você for a Manhattan, talvez não consiga aproveitar o luar. Então a natureza não é isso, o meio ambiente não é isso. A natureza é onde os seres humanos e os não humanos, os fatores bióticos e abióticos se misturam. Então, como você pode separá-lo da sociedade? Justiça ambiental, justiça social, justiça humana, estão todos interligados, não são diferentes, são apenas dois lados da mesma moeda. Da mesma forma, quando você fala de desenvolvimento em Manhattan e estradas,você não encontrará lá agricultores. Quando você fala de rios, correntes, você encontrará tudo. Você encontrará a natureza, os campos as selvas os humanos e os não humanos coexistindo. Se você falar apenas em desenvolvimento, você não falará de meio ambiente, o que é considerado uma injustiça.

A história, a linguagem, a existência, a identidade social, política e cultural dos adivasis estão intrinsecamente ligadas a jal, jungle e zameen [12]. A existência da sociedade Adivasi permanecerá enquanto eles estiverem ligados à sua selva e zameen, seus rios e colinas. Assim como um peixe não pode sobreviver quando retirado da água, da mesma forma os adivasis perdem sua identidade quando são separados da natureza. A ideia de desenvolvimento sustentável é importante não só para os adivasis, mas para toda a criação, o ecossistema e as formas de vida na Terra – sendo os adivasis uma parte muito integral e orgânica dessa natureza. Todo mundo precisa de comida, água e um ambiente limpo e puro para sua sobrevivência. O problema do aquecimento global só pode ser resolvido através do desenvolvimento sustentável. Para isso, os parâmetros de desenvolvimento devem ser baseados em estudos científicos das leis da natureza. Deveria haver um estudo adequado do uso da terra, que deve ser usada na agricultura, do uso da água e das florestas, para que o ambiente não seja poluído. Isso só poderá ser feito por meio de um desenvolvimento adequado e sustentável.

 

 

4. Pergunta:Você foi contra a implantação da usina de aço da Arcelor Mittal no lado leste de Jharkhand. Muitos acreditam que as aquisições de terras são necessárias nos tempos de hoje. Se você não adquirir terras, como a indústria funcionará? Como a economia funcionará? Você não acha que há algo errado em todo o seu argumento? 

Resposta:Como a economia hoje é definida e quais são os parâmetros de desenvolvimento? Você precisa definir bem essas bases. Após a formaçãoda Arcelor Mittal em Jharkhand, em 2005, quando foi assinado um contrato com uma fábrica de aço que produz 12 milhões de toneladas de aço por ano, com um investimento de 50.000 rupias e para o qual eram necessários 25.000 hectares de terra. Havia acordos com quase 104 empresas, incluindo a ArcelorMittal, das quais 98% eram siderúrgicas. Se eles adotam o exemplo da Arcelor Mittal,precisam fabricar usinas de energia em cadeia. Então, quanta água você irá precisar por hora para pôr em funcionamento essas usinas? Se alguém usa muitos recursos naturais para montar uma  planta, então quanto seria necessário para o total de 104 plantas? O governo sabe quanta comida, leite, peixe, ovo, vegetais verdes são necessários para garantir a segurança alimentar da população de 3,25 milhões de habitantes do estado? Se 25.000 hectares de água, minas de carvão, minério de ferro e mica são necessários para 104 empresas? Se você toma muita terra, como pode garantir a segurança alimentar das pessoas do estado? Falando em meio ambiente, de onde você trará ar puro, comida pura e água pura para as pessoas do estado? Você é a favor do desenvolvimento. Se o seu modelo de desenvolvimento requer extração e mineração ilimitadas de recursos naturais, então o seu modelo de desenvolvimento não é adequado ao desenvolvimento sustentável. Toda a paisagem de Jharkhand será destruída. Você precisa de 98% de mudas de aço para a necessidade do povo de Jharkhand? Em termos econômicos, se as economias capitalistas das potências mundiais como EUA, Japão, Austrália etc, são melhores porque estão sofrendo com os efeitos de uma recessão global que ocorreu em 2008-2009, por que as pessoas estão perdendo os empregos? Então, quando você fala de economia, você quer dizer apenas economia capitalista dependente do mercado neoliberal global, o que é ruim. Por que a China é um centro de manufatura e o povo chinês está migrando para outros países em busca de emprego? Na verdade, os trabalhos criados junto a ambientes que dependem de máquinas, estão sendo destruídos para criarem empregos independentemente de máquinas. Há necessidades de fábricas, mas que tipo de fábricas? Por que não se cria um centro agrícola aqui e consequentemente empregos que dependam da selva, pequenas e micro indústrias que possam empregar milhares de pessoas e empregos que não destruam o meio ambiente ou empregos sustentáveis? Por que vocês não procuram esse desenvolvimento alternativo? Por que o interesse em fábricas que poluem o meio ambiente? O modelo de desenvolvimento econômico, juntamente com o desenvolvimento ambiental de que falamos, é o mais rico. Não há protestos em projetos públicos como estradas, ninguém está protestando contra isso. Mas se você estiver adquirindo terrenos para quatro e seis vias de estradas, não concordamos com isso. Isso é exploração. Olhe para os portos marítimos, cada vez mais portos marítimos estão sendo construídos para navios, de acordo com modelo capitalista que não leva em consideração o meio ambiente, nem as vidas e economias da população local que depende do meio ambiente. Eles estão interessados ​​apenas no desenvolvimento das empresas ricas. O que farão os camponeses, os locais e as pessoas comuns? Desse modo o desenvolvimento é  para quem? Somente para os capitalistas? Por que estão indo para a lua e outros planetas em busca de terra, antes de mais nada cuidem da Terra.

 

 

5. Pergunta: Particularmente para o público nas Américas, como as lutas dos povos indígenas por um meio ambiente sustentável na Índia podem contribuir para a luta dos povos indígenas nas Américas, apesar das diferenças culturais? De que maneira seu papel como mulher tem sido positivo como líder nessa luta? Você se considera como um modelo para as gerações mais jovens de mulheres indígenas? Você tem uma mensagem especial para os povos indígenas no Brasil? Segundo a perspectiva brasileira, a Índia é um país entre a modernidade e a tradição. Como você vê esse paradigma quando aplicado a questões ambientais? É possível haver modernização respeitando a tradição?

Resposta: Gostaria de transmitir aos povos indígenas das Américas que estamos lutando pelo mesmo ambiente, por nossos direitos ambientais e sociais. Sinto as dores dos povos indígenas nas Américas que vivem em reservas. A luta deles sempre inspirou minha vida. Podemos estar geograficamente separados, mas estamos conectados por causa de nossa identidade e luta comuns. Onde quer que eu tenha lutado contra esses desmembramentos, não permiti que uma única árvore fosse destruída. Embora isso dependa de pessoa para pessoa, tenho lutado desde a minha juventude. Lembro-me quando criança que toda minha família perdeu as nossas terras. Tivemos que lutar sozinhos sem ninguém que nos protegesse. Aqueles fatos em minha vida talvez me tornaram mais protetora na luta em favor do meio ambiente, a terra e o lar. Tenho orgulho de como os elementos da natureza me ajudaram a sobreviver, protegeram-me e moldaram a minha identidade como pessoa. Sou agora produto de como a natureza me ensinou as realidades do mundo e a lutar em seu benefício. Não que os homens tenham sido malsucedidos, mas em qualquer lugar que existam mulheres na luta, elas têm sido bem sucedidas. As jovens que virão após mim carregarão a luta pelo meio ambiente social e pelos direitos dos povos tribais. Qualquer um que entenda o passado entenderá o presente e poderá planejar o futuro. Essa é minha crença.

 

 

Sim, você pode se modernizar e ter em mente a tradição, e as pessoas estão fazendo isso. Tem-se que encontrar um equilíbrio entre desenvolvimento e tradição, tendo em mente a história, a tradição, o patrimônio, a sociedade e as pessoas. Na selva, as pessoas costumavam lutar contra outras pessoas. Quando não havia combustível, as pessoas produziam fogo através do atrito e uso da madeira. Quando se tinha o óleo das sementes, costumavam usar o óleo para cozinhar. Você fala de frango assado, churrasco, vegetais orgânicos e água mineral. O que significa isso? Esse conhecimento é baseado em nossa cultura antiga. Então estamos voltando ao começo? Por um lado, diz-se que os povos tribais são atrasados e por outro adaptam-se à nossa cultura no outro lado do mundo.

Minha mensagem para os povos indígenas do Brasil é que eles não estão sozinhos em sua luta, pois estamos todos juntos, a Índia sempre esteve no Brasil, lutaremos por nossa identidade, nossa cultura. Nossa história sempre fluirá…

 

[1] Informações coletadas do Sociology Guide, https://www.sociologyguide.com/tribal-society/index.php

[2] Adivasi é o termo usado para as comunidades indígenas da Índia.

[3] Ellen L. Lutz (1955-2010)foi uma renomada advogada e ex-diretora da Cultural Survival, uma entidade preocupada com os direitos das comunidades indígenas ao redor do mundo.

[4] Sul do Rio Karo, que corre as margens dos estados de Odisha e Jharkahand na Baia de Bengali.

[5] Festival que celebra a colheita do arroz durante a estação durante as chuvas (Monsoon).

[6] Bandgari, é o primeiro dia do festival Ropniwe, onde as comunidades tribais celebram a natureza para boas colheitas e Kadleta, é a celebração da colheita durante o mês de Julho.

[7] Outro nome para o Festival.

[8] A energia primordial da vida compõe a matéria. 

[9] enxada.

[10] foice.

[11] Uma ferramenta usada pela comunidade para cortar arbustos. Usado também na autodefesa.

[12] Um slogan que significa o direito à água, floresta e terra.

 

 

Tradução para Língua Portuguesa/Translation to portugese language: 

Revisão do texto em português/ Review of the text in Portuguese: 

Evely Libanori   (Universidade Estadual do Paraná)

Zélia Monteiro Bora (Universidade Federal da Paraíba)

Equipe ASLE-Brasil para essa entrevista/ ASLE-Brasil team to this interview: 

Antonio Felipe B. Neto – Suporte Técnico/Technical support (Universidade Federal da Paraíba) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *