Carol Berman – Repensando a relação entre humanos e não humanos

 

Sobre Carol Berman (THE STATE UNIVERSITY OF NEW YORK, SUNY):

Dr. Carol Berman é doutora em Comportamento Animal (Animal Behaviour) pela  University of Cambridge, Inglaterra , sob orientação de Robert Hinde. Ela também possui Pós-Doutorado pela North western University em Antropologia sob a supervisão de Donald Sade, e graduação em  Psicologia na Brandeis University em Waltham, MA. Ela é uma das pioneiras dos Estudos Modernos em Comportamento Animal. Apesar de estar oficialmente aposentada desde 2017, continua orientando vários alunos de Pós-Graduação e publicando as pesquisas com eles na Universidade Estadual de Nova Iorque, Buffalo. Dra. Carol, ajudou também a fundação do Programa de Pós-Graduação em Evolução, Ecologia e Comportamento. Como pesquisadora publicou em coautoria com Bernard Chapais, “Kinshipand Behavior in Primates”, Oxford University Press, 2004,  e mais de 80 artigos e capítulos de livros.

Em sua entrevista Carol Berman expõe um pouco sobre seu trabalho realizado na Ilha  Cayo Santiago – Puerto Rico. 

 

1- Entrevistadora Zélia Bora –  Para começar, como você se interessou pela pesquisa de parentesco primata?

Entrevistada Carol Berman – Tenho me interessado por todos os aspectos da biologia desde que me entendo por gente. Meu interesse pelo estudo sobre o comportamento animal foi despertado ainda na infância por um pequeno livro escrito por Vance Packard intitulado “Inteligência Animal”. O livro me fascinou. Ele me ensinou que o comportamento animal era na verdade uma área de investigação científica e me instigou a buscar uma carreira nessa área. No meu décimo sexto aniversário ganhei uma assinatura da revista “National Geographic” de um amigo da família. A segunda edição que recebi continha a primeira publicação do trabalho de Jane Goodall sobre chimpanzés selvagens. Fiquei encantada não somente pelas descrições sobre o comportamento dos chimpanzés, mas também pelo fato de que havia oportunidades para que as pessoas, especialmente mulheres jovens, fizessem esse tipo de trabalho. Nessa mesma época comecei a procurar empregos de verão em laboratórios sobre o comportamento animal. Tive a sorte de ingressar no laboratório de psicologia experimental/ psicologia comparativa na Universidade de Maryland e em outros laboratórios na área de Washington DC. Aprendi muito com esta oportunidade, mas também percebi que a abordagem desses laboratórios não era o que eu procurava. O paradigma utilizado baseava-se no método de estímulo-resposta com animais cativos individualmente, buscando verificar se estes poderiam realizar tarefas artificiais, o que reduzia nossa compreensão sobre o complexo comportamento a princípios muito simples baseados puramente no aprendizado através do método de recompensa e punição. Eu tinha também pesadelos por causa do sofrimento imposto a essas criaturas. Quando entrei para a faculdade e me graduei em psicologia, eu descobri que essa abordagem era uma abordagem dominante tanto nos cursos quanto nas oportunidades de pesquisa. Só quando me formei que descobri uma comunidade de pesquisadores interessados em compreender o comportamento natural dos animais em seus próprios habitats, observando sistematicamente seus comportamentos na natureza. Na verdade, consegui o meu lugar no programa de doutorado na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, com o mesmo professor que aconselhou e que foi orientador do doutorado de Jane Goodall. Seu nome era Robert Hinde. Fiquei emocionada e aterrorizada ao mesmo tempo.

Robert Hinde era um gigante da área de comportamento animal, tendo escrito “a bíblia” que sintetizava a Psicologia Comparativa Norte-Americana e a Clássica Etologia Europeia (uma abordagem à qual eu já havia sido exposta e que considerava o aprendizado animal determinista). Sua síntese considerava as duas tendencias como problemáticas, argumentando que o comportamento animal era resultado entre as influências genéticas e ambientais. Logicamente,  nenhum comportamento poderia ser o resultado do estímulo ambiental ou apenas do genes, como se fosse um bolo e  não um  resultado dos ingredientes ou uma receita sozinha,  mas sim de uma interação complexa e variável dos dois. 

Naquela época, ele fazia as suas pesquisas sobre a compreensão das relações entre mães e bebês de pequenos grupos cativos de macacos-rhesus, como uma maneira de desenvolver uma ciência das relações sociais e testar a teoria do apego social de John Bowlby. Sob sua orientação, projetei um estudo sobre os macacos-rhesus livres na ilha de Cayo Santiago, em Porto Rico, para testar se algumas de suas descobertas poderiam ser verificadas em um grupo social maior, de animais livres e tipicamente organizados por indivíduos da mesma espécie. Meu objetivo foi expandir nosso entendimento num cenário mais natural para incluir uma descrição das maneiras pelas quais os bebês se tornam membros totalmente integrados em suas sociedades. Ao fazê-lo, descobri que, entre outros fatores, as relações de parentesco materno eram fundamentais, e parentesco se tornou um foco de minha pesquisa ao longo da minha carreira. As mães apresentam seus bebês aos parentes maternos próximos desde o início. Eles carregam seus bebês enquanto estes continuam a interagir de uma forma amigável com um subgrupo de membros do grupo que são os seus parentes mais próximos. As mães também são mais tolerantes com esses indivíduos quando tentam lidar ou interagir de outras maneiras com seus bebês. Através da transmissão materna, eles não só se associam a parentes mais próximos do que outros, como também os favorecem em todos os tipos de interação amigável e cooperativa, apoiando-os em conflitos com outras famílias de parentesco mais distante. 

Z. Como essa pesquisa influenciou a sua concepção sobre a relação humano e não humano?

C. Eu sempre considerei os seres humanos como seres biológicos e com parentesco com outros animais, particularmente aquelas espécies às quais estamos intimamente relacionadas (em vez de seres separados de outros animais e uma hierarquia abaixo dos anjos). Descobrir o quanto as sociedades de primatas eram moldadas pelas relações de parentesco reforçou essa certeza e me fez apreciar ainda mais o poder do parentesco nas sociedades humanas. Mais genericamente, isso me fez apreciar a importância dos laços sociais e as formas em que os seres humanos e os não humanos se beneficiam deles, os adquirem, mantêm, nutrem e usam de maneiras a poderem beneficiar ou prejudicar os outros.

 

Carol Berman e grupo de estudantes 

Dunayer, katharine Burke e Krishna Balasubramanian

 

2- Z.  Como a pesquisa em Cayo Santiago beneficia os estudos sobre o meio ambiente e especialmente sobre a vida dos primatas?

C.  A pesquisa em Cayo Santiago facilitou nossa capacidade de entender as sociedades dos primatas, não apenas de macacos-rhesus, mas de todas as espécies de primatas. Cayo Santiago é uma ilha que possui uma população que permite aos pesquisadores acompanharem os indivíduos ao longo de suas vidas e através de gerações com mais facilidade do que na maioria dos locais de campo. Além disso, como nossos registros são completos e os grupos de macacos são relativamente grandes e não manipulados, mas formados dentro de uma organização natural, temos sido capazes de discernir certos princípios estruturais de suas sociedades, como parentesco e dominação, mais facilmente e mais claramente do que na maioria das localidades de campo. Isso facilitou o trabalho de outros pesquisadores que puderam ver os mesmos princípios em grupos menores de outras espécies selvagens de outras espécies. Esse conhecimento, por sua vez, informou os gestores da vida selvagem, bem como os gestores de primatas cativos, sobre as necessidades sociais e ambientais dos primatas que, de outra forma, eles ignoram. Por exemplo, macacos-rhesus na Índia vivem ao lado de humanos e podem causar muitos danos a casas e plantações. Esforços para removê-los de áreas onde o conflito é grande começaram com armadilhas aleatórias para macacos, sem levar em conta a estrutura social dos grupos que eles estavam perturbando. Isso geralmente fazia com que os grupos se dividissem e se multiplicassem, causando conflitos adicionais com a população local. Usando o conhecimento dos laços sociais que contribuíram para a estrutura do grupo, um colega meu, o Dr. Iqbal Malik, desenvolveu um método barato para interceptar grupos inteiros e reposicioná-los em habitats adequados onde a população local os acolheu. No caso de macacos em cativeiro, uma compreensão maior da estrutura social e, especificamente, do fato de que as fêmeas de macacos-rhesus permanecem nos grupos em que nasceram por toda a vida, levou à redução da agressividade entre as fêmeas que devem ser removidas de seus grupos periodicamente e depois devolvidas. Ao mesmo tempo, elas não foram necessariamente devolvidos ao mesmo grupo de onde foram retirados, provocando severa agressão contra eles. A simples compreensão de que as fêmeas formam o núcleo permanente de seus grupos e são hostis às fêmeas de outros grupos impede que elas sejam prejudicadas nessa situação.

 

Ilha de Cayo Santiago

 

Cayo Santiago não é verdadeiramente selvagem; embora os macacos perambulem livremente em uma ilha exuberante (até o furacão Maria), e embora a manipulação seja limitada a um curto período anual quando testes e medidas não invasivos são permitidos, os macacos não têm predadores e são abastecidos com grandes quantidades de comida e água limpa. No entanto, pesquisas lá podem ajudar a interpretar a importância de alguns fatores ambientais em populações verdadeiramente selvagens. Isto é em parte porque muitos fatores ambientais são relativamente constantes em Cayo Santiago: ao longo do ano, o comprimento do dia e as temperaturas variam dentro de uma faixa estreita, e a água e a quantidade de comida fornecida por macacos são regulares e distribuídas da mesma maneira pela ilha. 

Assim, quando vemos o comportamento dos macacos variar de grupo para grupo, ao longo do tempo ou entre indivíduos, atribuímos essas variações a fatores sociais, como tamanho ou composição do grupo, em vez de variação ambiental. Se outros pesquisadores que estudam esta espécie ou espécies relacionadas na natureza observarem variações semelhantes no comportamento, eles terão uma base para supor que essas variações também são devidas a fatores sociais, em vez de simplesmente assumir que elas são devidas a qualquer variação ambiental percebida. Portanto, pesquisas em Cayo Santiago podem orientar indiretamente pesquisas sobre os efeitos do ambiente físico versus ambiente social. A constância do ambiente em Cayo Santiago também pode ajudar a entender a importância de características ambientais específicas. Por exemplo: os macacos-rhesus normalmente não são territoriais.  Ao invés disso, diferentes grupos sociais ocupam as mesmas áreas, sobrepondo-se, compartilhando a mesma propriedade. No entanto, um grupo em Cayo Santiago demonstrou um comportamento territorial quando ocupou um pequeno espaço que se conectava ao resto da ilha através de uma pequena faixa de terra (isthmus). O grupo se enfileirou na entrada de sua área e expulsou outros grupos que tentavam entrar. Isso demonstrou que características ambientais que permitiram a fácil defesa de uma área e seus recursos podem alterar o comportamento de animais normalmente não territoriais, reforçando a evidência de que existe um princípio ecológico que relaciona defensibilidade e territorialidade entre as espécies.

 

Casal Rhesus em sua higiene diária

 

3- Z. Como conceitos de preferências de parentesco baseados em sistemas de dominação matrilinear poderiam exemplificar o percurso histórico humano, do clã matriarcal à família patriarcal ? (temos em mente, aqui, referências à clássica tese defendida por Evelyn Reed em seu livro Woman ‘sevolution).  

C.  Eu hesito em abordar essa questão porque não me considero expert em história humana. Meu conhecimento da evolução do comportamento humano geralmente acaba antes da aparição de seres humanos com linguagem inteiramente humana e habilidades simbólicas. Tenho prestado mais atenção, ao contrário, a ideias em torno da transição de comportamentos e sociedades primatas não humanas para possíveis formas hominídeas iniciais. Dito isso, é de meu conhecimento que as ideias de Reed tocaram profundamente intelectuais feministas e marxistas, mas não antropólogos biológicos que enveredaram por uma abordagem bastante diferente. Aparentemente, Reed baseou suas ideias em observações iniciais de culturas humanas contemporâneas que sobreviveram primariamente de caça e coleta, ou agricultura simples. No momento em que ela estava escrevendo, havia pouca informação disponível sobre sociedades primatas não humanas, então ela foi impedida de levá-las em consideração ao contemplar a história e as origens humanas. Antropólogos e biológicos contemporâneos são capazes de considerar as origens evolutivas da sociedade humana levando-se em consideração simultaneamente, os princípios gerais de comportamento e ecologia que se aplicam a uma grande variedade de espécies. Dessa forma, quando eles estudam sociedades contemporâneas que possuem tecnologias e economias simples, eles frequentemente indagam até que ponto sociedades humanas se conformam a esses princípios mais gerais. Em contrapartida, até que ponto os nossos atributos humanos nos tornam casos especiais? Um excelente exemplo dessa abordagem é a atual hipótese de Sarah Hrdye outros, de que muitos atributos especiais dos humanos evoluíram como resultado de termos nos tornado uma espécie cooperativamente reprodutora, semelhante a algumas espécies cooperativas como os saguis, micos e outras espécies não primatas. Na reprodução cooperativa, o sucesso depende da disposição dos membros do grupo, especialmente os que têm laços de parentesco entre si, para ajudar e apoiar mães e as crias que dependem delas. Essa suplementação permite que mães humanas reproduzam mais rapidamente que nossos parentes hominídeos, cujas mães cuidam sozinhas de seus filhotes. Também há referências à suplementação como um fator preponderante no aumento dos processos evolutivos como aumento evolutivo sobre a percepção social, inteligência, compreensão mútua e cooperação, incluindo ações coletivas coordenadas entre o grupo. Sob essa perspectiva, os fortes laços entre as mães rhesus e suas crias, a estrutura matrilinear (não matriarcal) de suas sociedades pode ser vista como pré-requisito para a evolução cooperativa na reprodução, mesmo que o favoritismo de parentesco na espécie não inclua a suplementação de mães de modo individual.

Fortes Ligações entre mãe e cria e estruturas sociais matrilineares também constituem uma peça fundamental para uma outra hipótese atual sobre as origens das sociedades humanas. Reconhecendo o alto grau de diversidade em sociedades humanas, Bernard Chapais destacou os atributos comuns da estrutura social humana e os separou em numerosas componentes. Ele notou que algumas eram peculiares aos humanos, enquanto outras podiam ser encontradas em outras espécies de primatas. Entretanto, nenhuma outra espécie apresentou o conjunto completo desses componentes. Então, ele usou a lógica de reconstrução filogenética, comumente utilizada pelos ecologistas evolucionistas, para traçarem separadamente a origem evolutiva de cada componente e sua reconfiguração gradativa até uma forma peculiarmente humana. Nesse cenário, um dos mais antigos componentes construtivos foram as ligações mãe-cria fortes e as estruturas sociais matrilineares típicas de macacos Rhesus (e outros macacos e babuínos).

Ambos os modelos são notáveis porque vão além de modelos mais anteriores que focalizaram particularmente na estrutura social de um determinado primata não humano e tentavam ir diretamente dessa estrutura social aos atributos e sociedades humanas. Chimpanzés foram frequentemente escolhidos devido as suas estreitas relações filogenéticas com os humanos, ou grupos matrilinearmente e escolhidos como “primatas típicos não humanos”. No entanto, à medida em que íamos aprendendo mais sobre toda a variedade de espécies de primatas, ficou claro que elas apresentam estruturas sociais bastante diversas, e que não há uma que seja típica.Também descobrimos que os bonobos, que têm uma relação tão próxima com os humanos como é o caso dos chimpanzés, diferem dos humanos em aspectos importantes como comportamento e estrutura social. Assim, a abordagem sobre uma só espécie não mais poderia ser justificada. Desse modo, as abordagens de Hrdy e Chapais ganham força por considerarem um corpo de evidências sobre primatas que mostram semelhanças e diferenças com os humanos, e que aplicam princípios gerais derivados da análise das fontes dessa variação. 

Para entrar em contato com uma visão fascinante dos possíveis alicerces evolutivos e ambientais do patriarcado humano do ponto de vista da primatologia, eu recomendo“The Evolutionary Origins of Patriarchy”, de Barbara Smuts (referência abaixo). Como Hrdye Chapais, esse modelo utiliza as semelhanças e diferenças entre as fêmeas de várias espécies não humanas para construir hipóteses plausíveis e testáveis sobre as condições mais ou menos prováveis que levem ao patriarcado nas sociedades humanas. A separação das mulheres em relação a seus parentes, no casamento, é uma que considero particularmente impressionante para mim. 

 

Entregando o bebê a mamãe

 

4- Z. O que mais podemos aprender sobre os primatas em termos de amor e altruísmo? Poderia elaborar algo nesse sentido levando-se em consideração as inferências que fazemos a partir de seu artigo “Primatekinship: contributions form Cayo Santiago”?

C.  Eu hesito em utilizar o termo “amor” porque ele tem muitos significados e, geralmente, refere-se a uma emoção que só pode ser inferida através dos outros e não um comportamento que podemos observar. Em contraste, o altruísmo, como utilizado por pesquisadores de comportamento animal, refere-se a um comportamento que beneficia aquele que o recebe, mas gera certo custo para aquele que o dá. Cooperação, de forma semelhante, refere-se a um comportamento que beneficia aquele que o recebe e que pode ou não beneficiar também aquele que o dá. 

Os pesquisadores de Cayo Santiago e seus alunos realizaram pesquisas importantes sobre o tópico do altruísmo e, de forma mais geral, da cooperação entre animais, começando com as descobertas de fortes preferências de parentesco entre macacos rhesus com ligações maternais.Estudos iniciais presumiram que esse se tratava de um exemplo de altruísmo e um resultado evolutivo da seleção por parentesco. Ao longo dos anos, pesquisadores testaram essa ideia com crescente rigor e encontraram fortes evidências de que a seleção por parentesco pode de fato justificar alguns exemplos de altruísmo que favorecem parentes coobservado entre macacos, podendo ser limitado a parentes muito próximos. Os processos evolutivos que moldam outros exemplos potenciais de altruísmo e cooperação, incluindo dar e receber cuidados (grooming), precisam ainda ser estudados. Uma de minhas estudantes de doutorado, Erica Dunayer, atualmente está examinando os princípios hipotéticos que melhor se adequam aos padrões de “grooming” que podemos observar em Cayo Santiago, tais quais: preferências de parentesco, reciprocidade “elas por elas” independentemente de relações de parentesco, a força de laços sociais a longo prazo independentemente das relações de parentesco, ou as atuais condições de “mercado”. A ideia de que há uma “economia de mercado” biológica rudimentar no grooming é a hipótese mais recente que compara o grooming a uma forma de moeda que pode ser trocada por grooming ou outros serviços, como tolerância por indivíduos dominantes em recursos partilháveis e apoio em conflitos com oponentes. Grooming dirige-se à cooperação, mas não como forma de altruísmo, e certamente não como forma de “amor”. Então, será empolgante ver se ele prevalece ou não sobre as hipóteses mais relacionais. Quando grooming é trocado por outros serviços ou oportunidades desejáveis, a hipótese de mercado biológico prevê que princípios de oferta e demanda são postos em operação, tais como: mais grooming é necessário para “comprar” oportunidades ou serviços raros do que aqueles mais prontamente disponíveis. Assim, Erica também está examinando trocas de “grooming”entre as mães antes destas permitirem que seus filhos sejam manuseados por admiradores ávidos. Eles precisariam oferecer grooming à mãe por mais tempo quando menos filhos estão disponíveis no grupo do que quando muitos estão disponíveis? Ela completou recentemente sua coleta de dados em Cayo Santiago, então estão esperando ansiosamente os resultados de seus estudos prometem o mais abrangente desse tipo, no próximo ano.

5. C.  Considerações finais. 

Terminarei com algumas recomendações de leituras adicionais dos(as) autores(as) que citei acima.

Bernard Chapais (2008). Primeval Kinship: How Pair-Bonding Gave Birth to Human Society, Harvard University Press, Cambridge, MA.

Sarah Hrdy (2009). Mothers and Others: The Evolutionary Origins of Mutual Understanding. Harvard University Press, Cambridge, MA.

Barbara Smuts (1995). “The Evolutionary Origins of Patriarchy”. Human Nature 6(1): 1-32.

 

19 de Outubro de 2018. 

 

 

Tradução para Língua Portuguesa/Translation to portugese language: 

Willian Dolberth e Yuri Molinary ( Universidade Federal do Paraná, Brasil/ University of Paraná, Brazil).

 

Equipe ASLE-Brasil para essa entrevista/ ASLE-Brasil team to this interview: 

Antonio Felipe B. Neto ( Universidade Federal da Paraíba)

 Evely Libanori (Universidade Estadual do Paraná)

Willian Dolbert (Universidade Federal do Paraná)

Yuri Molinary (Universidade Federal do Paraná)

Zélia M.Bora( Universidade Federal da Paraíba)

 

 

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