A Aprendizagem do Ódio no Conto "o búfalo"
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar a comunicação entre animal humano e não humano por meio do olhar no conto “O búfalo”, constante do livro de contos Laços de família, de Clarice Lispector. A fim de compreender a ligação entre o humano e não humano recorremos a duas principais fontes teóricas: a existencialista, representada por Jean-Paul Sartre, e os estudos animais, que têm como representantes John Berger e Jacques Derrida. Interessa-nos, da filosofia existencialista, a noção de “ser”, “ente” e “ser-com”, ou seja, a ideia de que o humano é uma essência em constante construção que leva em conta o “outro”. John Berger e Jacques Derrida interessam-nos em função do pensamento acerca da comunicação humana com os animais, que se dá por meio do olhar. Ambos levantam a possibilidade de uma troca de saberes entre animais humanos e não humanos em que o logos é prescindível.
Referências
BERGER, John. Sobre o olhar. Trad. de Lya Luft. Barcelona: Hurope, 1980.
DEBRAY, Regis. Vida e morte da imagem. Trad. de Guilherme Teixeira. Petrópolis: Vozes, 1994.
DERRIDA, Jacques. O animal que logo sou. Tradução de Fábio Landa. São Paulo: Editora UNESP, 2002.
LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1998.
LISPECTOR, Clarice. Água viva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
NUNES, Benedito. Clarice Lispector. Manaus: Editora do Estado de Amazonas, 1966.
SARTRE, Jean-Paul. “O existencialismo é um humanismo”. In: Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
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