O Meio Ambiente na obra "O Lugar do Saber" de Márcia Kambemba
Resumo
Nos anos 90, a literatura indígena ultrapassou os limites da aldeia e a produção literária dos representantes dos povos nativos alcançou maior projeção no cenário nacional. Ao transpor as narrativas orais para a cultura letrada, os escritores dos povos tradicionais também colocam em pauta questões de ordem ambientais. Propomos neste artigo demonstrar a importância da literatura como ferramenta na luta pela sensibilização de um meio ambiente preservado. Ao fazer uso da escrita, o indígena tem a possibilidade de manejá-la para uma série de finalidades, entre elas: permitir a conservação de sua identidade, reforçar suas denúncias, reivindicar seus direitos, além de evidenciar, por meio escrita, como a natureza foi e vem sendo degradada desde a chegada do europeu, o “homem moderno e civilizado”. O indígena, ao se apropriar da literatura escrita, passa a utilizá-la como um instrumento de luta, pois é uma via para expor o relacionamento do indígena com a Terra, o respeito pela mata, pelos rios e animais. O corpus tomado para a análise foi o recorte dos textos “Terra sem mal”, “O choro da terra”, “Intervenção humana” que se encontram na obra O lugar do saber, de Márcia Wayna Kambeba (2020). A autora que vive fora da aldeia onde foi criada, transporta para a obra literária os saberes, as crenças, tradições do seu povo indígena e as denúncias de como a natureza que foi domada e domesticada por ocidentais vem se degradando ao longo dos tempos. A base metodológica desta pesquisa é exploratória e de caráter qualitativo, tendo como aporte uma bibliografia que prioriza conceito de literatura por intermédio de Antônio Candido (2004), e do autor Greg Garrard (2006) com a obra Ecocrítica. Para o desenvolvimento da pesquisa os autores indígenas como Márcia Wayna Kambeba (2018-2020), Daniel Munduruku (2018), Ailton Krenak. (2019) contribuíram com a composição do texto.
Referências
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______. Márcia Wayna. Terra sem mal. In. ______. O lugar do Saber. São Leopoldo: Casa Leiria, 2020. p.18.
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