Apresentação para esta edição
Resumo
A RILE/JILE contempla inúmeras seções para agregar contribuições
significativas que dialoguem com o escopo editorial. Neste volume, trazemos as seções
Dossiê temático, Poesia libertária animal e Natureza e Crônicas.
A seção Dossiê Temático Diálogos Ecocríticos, a princípio, abrange trabalhos
de renomados teóricos e perspectivas anglo-saxãs sobre os fundamentos da Ecocrítica e
seus direcionamentos contemporâneos, como Memories of Snow: nostalgia, amnesia,
re-reading, de Greg Garrard; Ecocriticism and the Psychology of information
processing: taking a seat at the table, de Scott Slovic, e A dystopia to challenge the
reader: Cormac McCarthy’s The Road, de Terry Gifford. A instigante reflexão do
brasilianista Rex Nielson sobre Euclides da Cunha, em Ecocritical thought in Euclides
da Cunha’s correspondence and writings about the Amazon, situa-se como a pioneira a
caracterizar Euclides da Cunha como um dos primeiros ecocríticos da América Latina e
a consolidação definitiva de uma nova leitura sobre a escritura do autor de Os Sertões
(1902).
Devido ao relevo desses quatro trabalhos que abrem o volume inaugural de
nossa revista, eles foram traduzidos por Zélia M. Bora, Siddharth Singh Monteiro Bora,
Ivana Peixoto Lianza de Franca e Sueli Meira Liebig, respectivamente.
Partindo para o segundo momento do Dossiê Temático Diálogos Ecocríticos, temos as contribuições recebidas através dos seguintes artigos:
Cordel e meio ambiente na perspectiva dos poetas populares. Uma leitura
sociológica, de Anna Christina Farias de Carvalho, que traz uma oportuna perspectiva
sociológica sobre a literatura de cordel e o meio ambiente e suas múltiplas perspectivas
destacadas por meio de poetas nordestinos clássicos e contemporâneos.
Abordagens literárias como as de Zélia M. Bora, em Natureza e poeticidade no
romance amazônico Chove nos Campos de Cachoeira, e de Simão Farias Almeida, em
Eco-horror e alegoria animal pós-colonial em A chave do Tamanho, de Monteiro
Lobato, fazem uma releitura de obras clássicas da literatura brasileira, como as de
Dalcídio Jurandir e Monteiro Lobato.
Evely Vânia Libanori, em Literatura e ética animal no Brasil, estabelece um
diálogo epistemológico sobre a condição dos Estudos Animais (Animal Studies) e sua
recepção através da literatura brasileira.
Tratando das relações entre Ecologia e Linguística, destaca-se o artigo
historiográfico de Hildo Honório do Couto, Os estudos ecolinguísticos no Brasil. A ecocrítica pós-colonial sobre a Índia e o Chile corresponde às discussões
produzidas por Veena Ponacha e Andrea Casals Hill, respectivamente, em Forest
Shrines and Sacred Groves: the impact of changing economy on the ethos of caring for
the Earth among the Kodavas in South India e From Gabriela Mistral to Violeta Parra
to Adriana Paredes in the cultural compost flow
Na seção, Poesia Libertária Animal e da Natureza, ofertamos os textos de Abu
‘L’Ala Ahmad ibn Abdallan all-Ma’arri, poeta sírio medieval, através da tradução em
inglês de I no longer steal from Nature, e em sua versão em língua portuguesa,
traduzida por Adaylson Wagner Sousa de Vasconcelos; de Maria Ivana Trevisani Bach,
Se ci sará um paradiso, traduzida por Zélia M. Bora e Hérica Paiva Pereira, além das
poesias Escravos de hoje, de Maurício Kanno, JUREU, de Leonora Lombardi, e
Curupira, de Juan Carlos Galeano.
Por fim, mas não menos importante, na seção Crônicas, apresentamos Just
another wake up call, de Murali Sivaramakrishnan.
Esperamos que nosso primeiro número seja um convite para que se
consolidem, no Brasil, novos espaços sobre discussões ecológicas nas diferentes áreas
das Ciências Humanas e Sociais.
Zélia M. Bora
Copyright (c) 2019 Revista Interdisciplinar de Literatura e Ecocrítica

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